Na aula de hoje, vocês irão responder mais algumas questões sobre a Primeira Geração Romântica. Irão copiar somente os enunciados e a resposta correta de cada alternativa no caderno. Não esqueçam de colocar a data da atividade! Façam com dedicação, por favor, pois é uma interpretação de texto bem tranquila de resolver. Leiam com cuidado e atenção, certo?
I-Juca Pirama – Canto VIII
Gonçalves Dias
Tu
choraste em presença da morte?
Na
presença de estranhos choraste?
Não
descende o cobarde do forte;
Pois
choraste, meu filho não és!
Possas
tu, descendente maldito
De
uma tribo de nobres guerreiros,
Implorando
cruéis forasteiros,
Seres
presa de vis Aimorés.
Possas
tu, isolado na terra,
Sem
arrimo e sem pátria vagando,
Rejeitado
da morte na guerra,
Rejeitado
dos homens na paz,
Ser
das gentes o espectro execrado;
Não
encontre amor nas mulheres,
Teus
amigos, se amigo tiveres,
Tenham
alma inconstante e falaz!
Não
encontre doçura no dia,
Nem
as cores da aurora te ameiguem,
E
entre as larvas da noite sombria
Nunca
possas descanso gozar:
Não
encontres um tronco, uma pedra,
Posta
ao sol, posta às chuvas e aos ventos,
Padecendo
os maiores tormentos,
Onde
possas a fronte pousar.
Que
a teus passos a relva se torre;
Murchem
prados, a flor desfaleça,
E
o regato que límpido corre,
Mais
te acenda o vesano furor;
Suas
águas depressa se tornem,
Ao
contacto dos lábios sedentos,
Lago
impuro de vermes nojentos,
Donde
fujas com asco e terror!
Sempre
o céu, como um teto incendido,
Creste
e punja teus membros malditos
E
oceano de pó denegrido
Seja
a terra ao ignavo tupi!
Miserável,
faminto, sedento,
Manitôs
lhe não falem nos sonhos,
E
o horror os espectros medonhos
Traga
sempre o cobarde após si.
Um
amigo não tenhas piedoso
Que
o teu corpo na terra embalsame,
Pondo
em vaso d’argila cuidoso
Arco
e frecha e tacape a teus pés!
Sê
maldito, e sozinho na terra;
Pois
que a tanta vileza chegaste,
Que
em presença da morte choraste,
Tu,
cobarde, meu filho não és.
01. O eu-lírico do poema dirige suas palavras
a) aos Aimorés
b) ao filho c) ao
leitor d) aos tupis
02. No verso “Pois choraste, meu filho não és!”, o
eu-lírico
a) renega o filho
b) amaldiçoa o filho
c) ignora o filho
d) engana o filho
03. O questionamento expresso nos dois primeiros versos
expressa um sentimento de
a) impaciência
b) estranheza c)
desespero d) ansiedade
04. Para o eu-lírico, o fato do filho ter chorado diante
dos inimigos é um motivo de
a) orgulho
b) tristeza c) preocupação d) vergonha
05. Pela leitura do poema pode-se afirmar que
a) O pai compreende a atitude do filho.
b) O filho justifica sua atitude diante das acusações.
c) A coragem é um atributo essencial para o eu-lírico.
d) O pai deseja que o filho se desculpe diante da tribo.
06. Dentre os infortúnios evocados pelo eu-lírico, há o
desejo de que o filho viva privado de seu papel social. Esse desejo é expresso
nos versos
a) “E entre as larvas da noite sombria
Nunca possas
descanso gozar:”
b) “Sempre o céu, como um teto incendido,
Creste e
punja teus membros malditos”
c) “Implorando cruéis forasteiros
Seres presa de
vis Aimorés”
d) “Possas tu, isolado na terra,
Sem arrimo e
sem pátria vagando”
07. Uma punição ao filho advinda da natureza é expressa
no verso
a) “Não encontre amor nas mulheres”
b) “Um amigo não tenhas piedoso”
c) “Não encontre doçura no dia’
d) “Manitôs não falem nos sonhos,”
08. O último infortúnio evocado pelo pai para o filho é
a) não ter consolo nas suas crenças.
b) não ter água para matar a sua sede.
c) não poder desfrutar do descanso noturno.
d) não ter os rituais realizados depois da morte.
Bons estudos! E Ótimo final de semana com muita luz!
Professora Marivânia Rocha