sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Aula de Português 8º ano A

Bom dia!!!
Com base no gênero Conto Popular, sendo narrativas passadas de geração em geração. Elas não têm autor conhecido. Cada história é aumentada e modificada à medida que vai sendo repetida. Façamos uma atividade interpretativa, para isso, façam a LEITURA do texto proposto e COPIEM E RESPONDAM as questões a seguir.

LEIAM:


ESOPO

Esopo era um escravo de rara inteligência que servia à casa de um conhecido chefe militar da antiga Grécia. Certo dia, em que seu patrão conversava com outro companheiro sobre os males e as virtudes do mundo, Esopo foi chamado a dar a sua opinião sobre o assunto, ao que respondeu seguramente:
-- Tenho a mais absoluta certeza de que a maior virtude da Terra está á venda no mercado.
-- Como? – perguntou o amo, surpreso – Tens certeza do que estás falando? Como podes afirmar tal coisa?
-- Não só afirmo, como, se meu amo permitir, irei até lá e trarei a maior virtude da Terra.
Com a devida autorização do amo, saiu Esopo e, dali a alguns minutos, voltou carregando um pequeno embrulho. Ao abrir o pacote, o velho chefe encontrou vários pedaços de língua e, enfurecido, deu ao escravo uma chance para se explicar.
-- Meu amo, não vos enganei – retrucou Esopo --- A língua é, realmente, a maior das virtudes. Com ela podemos consolar, ensinar, esclarecer, aliviar e conduzir. Pela língua os ensinos dos filósofos são divulgados, os conceitos religiosos são espalhados, as obras dos poetas se tornam conhecidas de todos. Acaso podeis negar essas verdades, meu amo?
-- Boa, meu caro – retrucou o amo – Já que és desembaraçado, que tal trazer-me agora o pior vício do mundo?
-- É perfeitamente possível, senhor. E com nova autorização de meu amo, irei novamente ao mercado e de lá trarei o pior vício de toda Terra.
Concedida a permissão, Esopo saiu novamente e dali a minutos voltava com outro pacote, semelhante ao primeiro. Ao abri-lo, o amo encontrou novamente pedaços de língua. Desapontado, interrogou o escravo e obteve dele surpreendente resposta:
-- Por que vos admirais de minha escolha? Do mesmo modo que a língua, bem utilizada, se converte numa sublime virtude, quando relegada a planos inferiores, se transforma no pior dos vícios. Através dela tecem-se as intrigas e as violências verbais. Através dela, as verdades mais santas, por ela mesma ensinadas, podem ser corrompidas e apresentadas como anedotas vulgares e sem sentido. Através da língua, estabelecem-se as discussões infrutíferas, os desentendimentos prolongados e as confusões populares que levam ao desequilíbrio social. Acaso podeis refutar o que digo? – indagou Esopo.
Impressionado com a inteligência invulgar do serviçal, o senhor calou-se, comovido, e, no mesmo instante, reconhecendo o disparate que era ter um homem tão sábio como escravo, deu-lhe a liberdade.
Esopo aceitou a libertação e tornou-se, mais tarde, um contador de fábulas muito conhecido da Antiguidade, cujas histórias até hoje se espalham por todo o mundo.
(Autor desconhecido)

 ATIVIDADE

1) Quem são os protagonistas deste conto?

2) O trecho “indagou Esopo” pode ser escrita, mantendo-se o mesmo sentido, como:

a) (  ) respondeu Esopo;
b) (  ) percebeu Esopo;
c) (  ) perguntou Esopo;
d) (  ) assegurou Esopo;

3) Segundo o texto, a língua tanto serve para as virtudes quanto para os vícios do mundo.
Como exemplo de virtude e vício, respectivamente, podem-se citar

a) (  ) ensinamentos filosóficos e conceitos religiosos.
b) (  ) discussões infrutíferas e obras literárias.
c) (  ) rede de intrigas e desentendimentos.
d) (  ) ensinamento das verdades santas e criação de anedotas vulgares.

4) Dê o significado do adjetivo invulgar, no trecho “impressionado com a inteligência invulgar do serviçal...”

5- Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira:
(A) Personagens principais
(B) Local onde aconteceram os fatos
(C) Desfecho
(D) Narrador observador

(  ) Esopo era um escravo de rara inteligência que servia à casa de um conhecido chefe militar.
(  ) O chefe militar e o escravo.
(  ) Antiga Grécia.
(  ) Esopo foi a libertado e tornou-se, mais tarde, um contador de fábulas muito conhecido da Antiguidade