Caros alunos(as), na aula de hoje iremos trabalhar algumas questões relacionadas ao Enem, para irmos estudando aos poucos e aprimorando nossa capacidade de interpretação. Vocês irão copiar só os enunciados e a resposta correta de cada questão. Se houver um texto na questão, coloca também o nome dele ou do autor só para saberem de qual trecho estamos analisando a questão.E não esqueçam de colocar a data da atividade!
Ps: Logo enviarei um plano de estudo de todas as disciplinas e conteúdos que "Caem" no Enem para vocês estudarem a parte.
QUESTÃO 01
(UNESP SP/2019) Leia o
trecho do romance S. Bernardo, de Graciliano Ramos.
O caboclo mal-encarado que
encontrei um dia em casa do Mendonça também se acabou em desgraça. Uma limpeza.
Essa gente quase nunca morre direito. Uns são levados pela cobra, outros pela
cachaça, outros matam-se.
Na pedreira perdi um. A
alavanca soltou-se da pedra, bateu-lhe no peito, e foi a conta. Deixou viúva e
órfãos miúdos. Sumiram-se: um dos meninos caiu no fogo, as lombrigas comeram o
segundo, o último teve angina e a mulher enforcou-se.
Para diminuir a mortalidade
e aumentar a produção, proibi a aguardente.
Concluiu-se a construção da
casa nova. Julgo que não preciso descrevê-la. As partes principais apareceram
ou aparecerão; o resto é dispensável e apenas pode interessar aos arquitetos,
homens que provavelmente não lerão isto. Ficou tudo confortável e bonito.
Naturalmente deixei de dormir em rede. Comprei móveis e diversos objetos que
entrei a utilizar com receio, outros que ainda hoje não utilizo, porque não sei
para que servem.
Aqui existe um salto de
cinco anos, e em cinco anos o mundo dá um bando de voltas.
Ninguém imaginará que,
topando os obstáculos mencionados, eu haja procedido invariavelmente com
segurança e percorrido, sem me deter, caminhos certos. Não senhor, não procedi
nem percorri. Tive abatimentos, desejo de recuar; contornei dificuldades:
muitas curvas. Acham que andei mal? A verdade é que nunca soube quais foram os
meus atos bons e quais foram os maus. Fiz coisas boas que me trouxeram
prejuízo; fiz coisas ruins que deram lucro. E como sempre tive a intenção de
possuir as terras de S. Bernardo, considerei legítimas as ações que me levaram
a obtê-las.
Alcancei mais do que
esperava, mercê de Deus. Vieram-me as rugas, já se vê, mas o crédito, que a
princípio se esquivava, agarrou-se comigo, as taxas desceram. E os negócios
desdobraram-se automaticamente. Automaticamente. Difícil? Nada! Se eles entram
nos trilhos, rodam que é uma beleza. Se não entram, cruzem os braços. Mas se
virem que estão de sorte, metam o pau: as tolices que praticarem viram
sabedoria. Tenho visto criaturas que trabalham demais e não progridem. Conheço
indivíduos preguiçosos que têm faro: quando a ocasião chega, desenroscam-se,
abrem a boca – e engolem tudo.
Eu não sou preguiçoso. Fui
feliz nas primeiras tentativas e obriguei a fortuna a ser-me favorável nas
seguintes.
Depois da morte do Mendonça,
derrubei a cerca, naturalmente, e levei-a para além do ponto em que estava no
tempo de Salustiano Padilha. Houve reclamações.
– Minhas senhoras, seu
Mendonça pintou o diabo enquanto viveu. Mas agora é isto. E quem não gostar,
paciência, vá à justiça.
Como a justiça era cara, não
foram à justiça. E eu, o caminho aplainado, invadi a terra do Fidélis,
paralítico de um braço, e a dos Gama, que pandegavam no Recife, estudando
Direito. Respeitei o engenho do Dr. Magalhães, juiz.
Violências miúdas passaram
despercebidas. As questões mais sérias foram ganhas no foro, graças às chicanas
de João Nogueira.
Efetuei transações
arriscadas, endividei-me, importei maquinismos e não prestei atenção aos que me
censuravam por querer abarcar o mundo com as pernas. Iniciei a pomicultura e a
avicultura. Para levar os meus produtos ao mercado, comecei uma estrada de
rodagem. Azevedo Gondim compôs sobre ela dois artigos, chamou-me patriota,
citou Ford e Delmiro Gouveia. Costa Brito também publicou uma nota na Gazeta,
elogiando-me e elogiando o chefe político local. Em consequência mordeu-me cem
mil-réis.
(S. Bernardo, 1996.)
No trecho, o narrador
revela-se uma pessoa
(A)
empreendedora e solidária.
(B)
invejosa e hesitante.
(C)
obstinada e compassiva.
(C)
egoísta e violenta.
(E)
preguiçosa e traiçoeira.
QUESTÃO 02
(FUVEST-SP/2020) Os textos
literários são obras de discurso, a que falta a imediata referencialidade da
linguagem corrente; poéticos, abolem, ―destroem‖ o mundo circundante,
cotidiano, graças à função irrealizante da imaginação que os constrói.
E prendem‐nos na teia de sua
linguagem, a que devem o poder de apelo estético que nos enleia; seduz‐nos o mundo outro, irreal,
neles configurado (...). No entanto, da adesão a esse ―mundo de papel‖, quando
retornamos ao real, nossa experiência, ampliada e renovada pela experiência da
obra, à luz do que nos revelou, possibilita redescobri‐lo, sentindo‐o e pensando‐o de maneira diferente e
nova. A ilusão, a mentira, o fingimento da ficção, aclara o real ao desligar‐se dele, transfigurando‐o; e aclara‐o já pelo insight que em nós
provocou.
Benedito Nunes,
―Ética e leitura‖, de Crivo de Papel.
O que eu precisava era ler
um romance fantástico, um romance besta, em que os homens e as mulheres fossem
criações absurdas, não andassem magoando‐se,
traindo‐se. Histórias fáceis, sem
almas complicadas. Infelizmente essas leituras já não me comovem.
Graciliano Ramos,
Angústia.
Romance desagradável,
abafado, ambiente sujo, povoado de ratos, cheio de podridões, de lixo. Nenhuma
concessão ao gosto do público. Solilóquio doido, enervante.
Graciliano Ramos,
Memórias do Cárcere, em nota a respeito de seu livro Angústia.
Se o discurso literário ―”aclara
o real ao desligar‐se
dele, transfigurando‐o”,
pode‐se dizer que Luís da Silva,
o narrador protagonista de Angústia, já não se comove com a leitura de ―”histórias
fáceis, sem almas complicadas” porque
(A)
rejeita, como jornalista, a escrita de ficção.
(B)
prefere alienar‐se com narrativas épicas.
(C)
é indiferente às histórias de fundo sentimental.
(D)
está engajado na militância política.
(E)
se afunda na negatividade própria do fracassado.
QUESTÃO 03 (IFGO/2014) Observe a imagem
a seguir.
PORTINARI, C. Retirantes,
1994. Óleo s/tela. 190 x 180 cm Acervo Museu de Arte de São Paulo Assis
Chateaubriand/MASP. Disponível em:
<http://www.proa.org/exhibiciones/pasadas/portinari/ salas/id_portinari_r
etirantes.html>. Acesso em: 25 out. 2013.
Comparando o romance Vidas
secas à tela Retirantes, pode-se dizer que:
(A)
houve ocorrência de intertextualidade na tela de Portinari, pois esta dialoga
com outro texto já constituído, no caso, Vidas secas.
(B)
a obra Retirantes é uma paródia do livro Vidas secas, pois a deformação das
pessoas na pintura constitui uma sátira às personagens.
(C)
a intertextualidade está presente na obra de Graciliano Ramos, uma vez que
Vidas secas foi inspirada na tela Retirantes, de Portinari.
(D)
não há intertextualidade entre as obras, pois uma é verbal (Vidas secas) e a
outra é imagética (Retirantes).
(E)
cada texto constitui um universo novo. Se houvesse diálogo entre eles, tanto
Graciliano Ramos quanto Portinari poderiam ser acusados de plagiadores.
QUESTÃO 04
(PUCCamp-SP/2013)
A dois séculos de distância,
o espetáculo ainda é assombroso (...) Que de tão longe uma Rainha enlouqueça e
venha a morrer no cenário final do drama; que os sonhos dos Inconfidentes se
cumpram depois de tantas sentenças; e que o Brasil se torne independente dali a
31 anos, e a República seja proclamada exatamente ao cumprir-se um século sobre
aquelas prisões – tudo parece impregnado de um mistério claro, desejoso de
revelar-se e de se fazer compreender.
(Cecília Meireles. ―Como escrevi
o Romanceiro da Inconfidência‖, anexo a Romanceiro da Inconfidência. São Paulo:
Global, 2012. p. 255)
Referindo-se no texto à
origem e à motivação do Romanceiro da Inconfidência, Cecília Meireles sugere
que uma obra literária
(A)
importa muito mais do que o fato histórico a partir do qual supostamente tenha
sido gerada.
(B)
pode nascer a partir da atualização de um fato cujo sentido fundamental não
perde força na história de um país.
(C)
impõe-se com mais força quando, rejeitando os valores do passado, propõe novos
caminhos políticos para um país.
(D)
tem como finalidade espelhar de modo bastante fiel os elementos essenciais da
formação de uma sociedade.
(E)
deve alicerçar-se na força da documentação histórica, sem a qual se arrisca a
ser um exercício gratuito de imaginação.
QUESTÃO 05 (FGV/2016)
(...) Um dia, passado muito
tempo, Pedro Bala ia com o Sem-Pernas pelas ruas. Entraram numa igreja da
Piedade, gostavam de ver as coisas de ouro, mesmo era fácil bater uma bolsa de
uma senhora que rezasse. Mas não havia nenhuma senhora na igreja àquela hora.
Somente um grupo de meninos pobres e um capuchinho que lhes ensinava catecismo.
— É Pirulito... — disse
Sem-Pernas.
Pedro Bala ficou olhando.
Encolheu os ombros:
— Que adianta?
Sem-Pernas olhou:
— Não dá de comer...
— Um dia vai ser padre
também. Tem que ser é tudo junto.
Sem-Pernas disse:
— A bondade não basta.
Completou:
— Só o ódio...
Pirulito não os via. Com uma
paciência e uma bondade extremas ensinava às crianças buliçosas as lições de
catecismo. Os dois Capitães da Areia saíram balançando a cabeça. Pedro Bala
botou a mão no ombro do Sem-Pernas.
— Nem o ódio, nem a bondade.
Só a luta.
A voz bondosa de Pirulito
atravessa a igreja. A voz de ódio do Sem-Pernas estava junto de Pedro Bala. Mas
ele não ouvia nenhuma. Ouvia era a voz de João de Adão, o doqueiro, a voz de
seu pai morrendo na luta.
Jorge Amado, Capitães de
Areia.
Embora as atitudes assumidas
por Pirulito, Sem-Pernas e Pedro Bala sejam bastante diferentes entre si, todas
as três são reações a um estado de coisas cuja causa principal, tal como
identificada no contexto de Capitães da Areia, é a
(A)
corrupção generalizada.
(B)
sociedade de classes.
(C)
crise econômica.
(D)
perseguição religiosa.
(E)
violência policial.
QUESTÃO 06 (PUCCamp-SP/2019)
Os decênios de 30 e 40 foram
momentos de renovação dos assuntos e busca da naturalidade (...) A maioria dos
escritores estavam de fato construindo uma nova maneira de escrever, tornada
possível pela liberdade que os modernistas do decênio de 1920 haviam conquistado
e praticado. A posição politicamente radical de vários desses autores, como
Graciliano Ramos, fazia-os procurar soluções antiacadêmicas e acolher os modos
populares; mas ao mesmo tempo os tornava mais conscientes da sua contribuição
ideológica e menos conscientes daquilo que na verdade traziam como revolução
formal. As obras de alguns inovadores, como Clarice Lispector e Guimarães Rosa,
produziram um toque novo, que só mais tarde seria captado pelo público e a
maioria da crítica.
(Adaptado de: CANDIDO,
Antonio. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 1987, p.
205-206, passim)
O arremate do romance São
Bernardo se dá com esta determinação de Paulo Honório, narrador em ação na
primeira pessoa que se dispôs a perseguir o significado de sua história:
(A)
―A ideia de que pudesse ter visto alguma fotografia de Escobar, que Capitu por
descuido levava consigo, não me acudiu, nem, se acudisse, persistiria.‖
(B)
―O senhor é um homem soberano, circunspecto. Amigos somos. Nonada. O diabo não
há! É o que eu digo, se for... Existe é homem humano. Travessia.‖
(C)
―E eu vou ficar aqui, às escuras, até não sei que hora, até que, morto de
fadiga, encoste a cabeça à mesa e descanse alguns minutos.‖
(D)
―Quando Rubião voltava do delírio, toda aquela fantasmagoria palavrosa
tornava-se, por instantes, uma tristeza calada. A consciência, onde ficavam
rastos do estado anterior, forcejava por despegá-los de si.‖
(E)
―E só o papagaio no silêncio do Uraricoera preservava do esquecimento os casos
e a fala desaparecida. Só o papagaio conservava no silêncio as frases e feitos
do herói.‖
QUESTÃO 07 (FUVEST-SP/2017)
Se pudesse mudar-se,
gritaria bem alto que o roubavam. Aparentemente resignado, sentia um ódio
imenso a qualquer coisa que era ao mesmo tempo a campina seca, o patrão, os
soldados e os agentes da prefeitura. Tudo na verdade era contra ele. Estava
acostumado, tinha a casca muito grossa, mas às vezes se arreliava. Não havia
paciência que suportasse tanta coisa.
– Um dia um homem faz
besteira e se desgraça.
Graciliano Ramos, Vidas
secas.
Tendo em vista as causas que
a provocam, a revolta que vem à consciência de Fabiano, apresentada no texto
como ainda contida e genérica, encontrará foco e uma expressão coletiva
militante e organizada, em época posterior à publicação de Vidas secas, no
movimento
(A)
carismático de Juazeiro do Norte, orientado pelo Padre Cícero Romão Batista.
(B)
das Ligas Camponesas, sob a liderança de Francisco Julião.
(C)
do Cangaço, quando chefiado por Virgulino Ferreira da Silva (Lampião).
(D)
messiânico de Canudos, conduzido por Antônio Conselheiro.
(E)
da Coluna Prestes, encabeçado por Luís Carlos Prestes.
QUESTÃO 08 (FPS PE/2017)
Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritssatd dos
armadores das Índias Ocidentais
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que
aprendi a amar depois ─
Recife das revoluções
libertárias
Mas o Recife sem história
nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância
(...)
Foi há muito tempo...
A vida não me chegava pelos
jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na
língua errada do povo.
Língua certa do povo.
Porque ele é que fala
gostoso o português do Brasil.
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
Manoel Bandeira. Evocação do
Recife. (Excerto) In: Libertinagem. Estrela da vida inteira. 20. ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1993. p.133-136.
O ciclo literário que ficou
conhecido como ―Romance de 30‖ surgiu em um momento de grande renovação na
literatura brasileira e ficou marcado:
(A)
pelo foco na análise do caráter e do comportamento humano, perspectiva
responsável pela criação de personagens como Capitu, de ―Dom Casmurro‖ (Machado
de Assis).
(B)
pelo desenvolvimento de obras cujo tema é a condição feminina, e em que a
mulher surge como protagonista não idealizada, de que é exemplo Macabéa, de ―A
hora da estrela‖ (Clarice Lispector).
(C)
pela identificação com a realidade nordestina, de cujo contexto surgiram
personagens heroicos, comprometidos com as causas populares, como Fabiano, de
―Vidas secas‖ (Graciliano Ramos).
(D)
pelo interesse acerca da realidade brasileira, mostrada a partir de teorias
científicas, como o determinismo e o positivismo, que resultou em obras de
caráter histórico, como ―Os sertões‖, de Euclides da Cunha.
(E)
por tomar como objeto de interesse o quadro social e econômico brasileiro,
engajando-se em uma literatura que tinha como matéria-prima a realidade
imediata, como, por exemplo, ―Fogo morto‖, de José Lins do Rego.
QUESTÃO 09 (FMABC SP/2012)
TEXTO I
TENDÊNCIAS/DEBATES
Deve
ser criado um imposto para financiar a saúde pública no Brasil?
NÃO
É
preciso enxotar o fantasma da CPMF
Maria
Cristina Sanches Amorim
A regulamentação da emenda
constitucional 29 (EC 29), que definirá os gastos dos municípios e Estados com
os serviços de saúde, trouxe à tona um fantasma do brasileiro, o retorno da
CPMF (ainda que com outra sigla), e um debate sobre o financiamento do setor.
Precisamos enxotar o
fantasma e organizar o debate, pois o "encosto" procura
materializar-se na legitimidade indiscutível dos gastos governamentais com a
saúde.
Folha de S.Paulo,
24/09/2011 [trecho]
TEXTO II
Manifestantes fazem ato em
Brasília batizado de 'Primavera da Saúde'
Maria Clara Cabral,
De Brasília
Manifestantes fazem ato
nesta terça-feira (27) em frente ao Congresso Nacional para pressionar pela
aprovação do projeto que regulamenta a emenda 29 – que trata do financiamento
da saúde pública do país.
Batizado de "Primavera
da Saúde", o ato reúne secretários e pessoas ligadas ao setor.
A intenção dos manifestantes
é mobilizar os senadores pela aprovação da proposta que vincula à saúde 10% das
receitas brutas da União. Esse texto já havia sido aprovado no Senado, mas foi
modificado pela Câmara – que manteve o reajuste anual dos gastos federais na
área de acordo com o crescimento da economia, ou seja, do PIB (Produto Interno
Bruto).
A Folha noticiou anteontem
que 43 dos 81 senadores dizem apoiar a retomada da proposta original,
vinculando os 10%.
É exatamente o contrário do
que deseja a presidente Dilma Rousseff, que nas últimas semanas afirmou que não
aceitará aumento de despesas se o Congresso não indicar uma nova fonte de
recursos para a saúde.
Folha de S.Paulo,
27/09/2011. (http://www1.folha.uol.com.br/po...ado-de-primavera-dasaude.shtml)
Considerando o propósito
comunicativo desses textos, indique o gênero a que pertencem.
(A)
Texto I: notícia, pois argumenta em defesa de um ponto de vista.
Texto
II: artigo de opinião, pois apenas relata um fato ocorrido.
(B)
Texto I: artigo de opinião, pois argumenta em defesa de um ponto de vista.
Texto
II: notícia, pois relata um fato do cotidiano.
(C)
Texto I: artigo de opinião, pois divulga uma descoberta científica.
Texto
II: notícia, pois discute um ponto de vista.
(D)
Texto I: notícia, pois polemiza um ponto de vista.
Texto
II: artigo de opinião, pois relata um fato do cotidiano.
(E)
Texto I: artigo de opinião, pois divulga uma descoberta científica.
Texto
II: notícia, pois relata um fato ocorrido.
QUESTÃO 10 (UNIFOR-CE/2015)
DEFORMAÇÃO
CULTURAL
O novo Secretário de Cultura
do Rio de Janeiro está preocupado em valorizar as manifestações mais populares
daquilo que, grosso modo, pode-se chamar de cultura. Fiel às suas origens,
substituiu o maestro Edino Krieger da presidência do Museu da Imagem e do Som
por uma neta de Cartola. E nomeou a bisneta de Donga para outro cargo de sua
secretaria.
Sem entrar no julgamento de
valor da neta e da bisneta de dois grandes compositores populares, a atitude do
novo secretário tem alguma coisa de nepotismo, não de nepotismo de sangue, mas
um tipo de nepotismo cultural inédito até agora na administração pública. O
mesmo secretário promete procurar as emissoras de rádio para darem espaço ao
"som" de Monarco, Dona Ivone Lara "e tantos outros".
Novamente sem entrar no
mérito dos escolhidos (pessoalmente, sou fã incondicional de Monarco), creio
que a função do Estado está mais acima da concorrência comercial dos diversos
gêneros da nossa música. As emissoras programam-se de acordo com o mercado. Ao
Estado competiria complementar as manifestações musicais e culturais que não se
enquadram na grade de uma programação destinada à onda ditada pelo momento.
[...]
Cultura é um conceito
abrangente que deixa de ser cultura quando se limita a manifestações
setorizadas, por melhores e mais dignas que sejam.
Carlos Heitor Cony
Disponível: http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult505u245.shtml.
O artigo de opinião, como o
próprio nome já diz, é um texto em que o autor expõe seu posicionamento diante
de algum tema atual e de interesse de muitos. As escolhas feitas pelo autor
conferem ao texto:
(A)
Leitura breve e simples, pois são textos pequenos com linguagem objetiva.
(B)
Argumentos consistentes, vocabulário rebuscado, pois visa a um público
específico.
(C)
Ponto de vista com característica peculiar para descrição, com os verbos no
imperativo.
(D)
Texto dissertativo com informações coerentes e inadmissíveis.
(E)
Linguagem objetiva e aparecem repletas de sinais de exclamação, os quais
incitam à posição de reflexão favorável ao enfoque do autor.
Bons estudos!
Professora Mari
Professora Mari