Leia o texto abaixo e dê a sua opinião em forma de um parágrafo no caderno de Educação Física, sobre o tema: "Será que realmente existe um tipo de dança específico para homens e um tipo para as mulheres, ou ambos podem dançar as mesmas?" O que me diz?
O Preconceito de Gênero na Dança
Crédito: King Douglas
A
dança é uma forma de expressão artística, cultural, corporal e, por ter seu
instrumento principal o corpo, acaba sendo ligada ás questões de gênero. Muitos
bailarinos, ao longo de suas carreiras, sofrem algum tipo de preconceito ligado
à essa questão. Bray William Motta, bailarino do grupo de hip hop Young Crew,
de Canoas, diz já ter sofrido preconceito:"foi na brincadeira, mas mesmo
assim me ofendi. Disseram que dança é coisa de menina".
Giuliano
Andreoli (2010) afirma que a generificação da dança está mais fortemente
relacionada às que exigem mais delicadeza, aquelas que estão estreitamente
ligadas ao balé como, por exemplo, a dança moderna, contemporânea e o jazz.
Andreoli também menciona um estudo etnográfico realizado no Rio Grande do Sul,
em 2008, que foi observado que embora seja aceito que o homem dance hip hop,
ele deve fazê-lo realizando movimentos considerados "verdadeiramente"
masculinos, como: força, coragem e destreza. Desta forma, é esperado que as
músicas, as roupas e as coreografias reflitam estes atributos.
"Jhow" (Jorge) Silveira, coreógrafo
e bailarino do grupo Young Crew, diz também já ter sofrido preconceito por
dançar e ensinar dança tanto a homens quanto a mulheres: "sofri sim, mas
assim como todo bom profissional reagi de forma natural, pois acredito no que
faço e me orgulho do meu trabalho. A dança é uma arte que se expressa através
do corpo, não deve ser rotulada. Dançar deveria ser um hábito, deveria ser
ensinada de forma mais natural, sem espantos. Através dela formaríamos pessoas
melhores". Além disso, ele cita o caso
de uma bailarina que tem as pernas imobilizadas por uma doença e
frequenta aulas de balé, jazz e street dance: "ela sente prazer em dançar
somente da cintura pra cima sentada numa cadeira de rodas e com muito orgulho
do que faz. Eu, menino saudável, não tenho o direito de me esconder ou ter
vergonha do que faço."
A dança é muito mais do que os estereótipos e
os preconceitos de gênero. Ela vai muito além, trazendo liberdade ao bailarino
para representar o que ele é e o que sente. Portanto, permitir, culturalmente,
que os homens dancem apenas para celebrar atributos de sua masculinidade, não
cabe a uma arte que promove o autoconhecimento e incontáveis benefícios para o
corpo e a mente. Homens e mulheres devem ser livres para se expressarem da
maneira que melhor lhes convém, não permitindo que o machismo e o preconceito
ditem os padrões.
Bons estudos e ótimo final de semana cheio de luz a todos!
Professora Marivânia Rocha!!